segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pensares a conta-gotas (4)

Murcham árvores, murcham frutas e folhas,
Alfaces murcham velozes, longe da luz das flores,
Murcham couves, murcham vagens e cajás,
Murcham mamões, maracujás e almeirões,
Murcham melões, murcham maçãs e araçás.

Ânimos murcham e as vontades anãs,
Murcha no espelho o entardecer das idades,
Murcha o tempo nos canteiros das dores,
Murcha, nas faces do homem de gretas anciãs
A visão das gentes cegas, ignorando amanhãs. 


Acredite, cada vez mais, o homem,
em Deus onipotente, onipresente,
onímodo, omnitudo, onisciente,
a dar-lhe ânima e sentimentos
no exercer dos movimentos,
sem que o empobreça a crença,
e o cubra de limites as fronteiras
frágeis, desconhecendo canseiras,
à busca dessa insaciável suficiência.

Nenhum comentário: