(Abro gavetas, busco guardados do passado. Assim, estes textos que ora dou a conhecer aos meus amigos, fiéis leitores, que, caso tivessem sido publicados em livro, trariam o nome de "Cantos e des(encantos)". Vou entremeando textos dos tempos, uns de antes de ontem, outros de ontem, e alguns de hoje, ainda frescos, que me permito, ou o blog me permite, ir modificando a cada leitura, pois que nunca ficam prontos, de vez, definitivos. Os leitores é que normalmente modicam, à sua maneira, o texto, a cada leitura. O autor, também, é co-autor, leitor de si mesmo, mesmo torcendo o nariz, e achando que tudo poderia ser diferente, descontente por natureza e dever de ofício. Assim sendo, vou tecendo meus conflitos e cutucando meus leitores, pois que, segundo Lin Yutang, em "L´importance de vivre", "Un écrivain, après tout, désire être lu".)
Recado
Poeta,
revela o simples,
simplesmente.
Não vede o belo
ao homem comum.
Poesia sugere ambivalente
linguagem
"condensada até
o máximo grau
possível".
Insinua, sintetiza, poetisa.
Imagens sutis não
a afasta do vulgo.
Lamartine:"La
poésie va se faire peuple".
Pound: "Literatura:
novidade que
permanece novidade".
Proclama como
valor o novo
Com simplicidade
e ... nova
mente
para o povo!
∞
Dos sonhos,
Musa, amiga
da noite,
permita-me também
rabiscar meus
desencantos
sonhar meus
diversos mundos
desvendar a tempo
meus segredos
enquanto a luz
do dia e da certeza
adormecidas nas árvores
e prédios
destas frias
quadras de Brasília
não afugente minhas
lembranças!