Um texto em prosa,
informativo, se veste de poema,
desprovido de poesia,
sem deixar, contudo, perder
o interesse da leitura,
até pela alta envergadura.
A recíproca é verdadeira:
o texto poético, figurativo,
se veste, às vezes, de prosa,
sem perder interesse e beleza.
Questão de natureza, vestimenta,
roupagem, aparência, verticalidade,
ou grandeza.
Textos que se querem modernos,
de versos brancos ou menos alvos,
verticais na aparência,
mais se prestariam a se deitarem
na horizontal, sem mudanças
nas concordâncias,
na essência de original.
Tome-se “José”, de Drummond:
“E agora, José? A festa acabou,...”
O que conta é graça,
em qualquer modalidade de Arte,
é a satisfação do eclético leitor,
que a repercute, a posterior.
Lembra-se Cesar, o Augusto:
Vim, vi, ouvi, comi, cheirei,
gostei ou não gostei.
Daí, falarem em Arte
produto de consumo,
seja na extensão ou no resumo.