sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Migalhas de Mim (105)

 

A poesia não quer saber de explicação

e não carece de entendimento?

Fosse assim, não existiriam encantos,

mistérios a se perguntarem,

perante os céus nevoentos?

 

Vale escrever sem muito pensar,

deixar as palavras chegarem,

sem pedirem licença,

entrarem na sala, atravessarem o salão,

irem à cozinha, sem abrirem portas?

 

Tomarem café, sem açúcar ou melaço,

sem se preocuparem com sabor

e odor de pó recém coado,

ou do terno novo, às pressas comprado,

de se apresentarem desavisadas ao povo?

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