sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Migalhas de Mim (107)

 

Um texto em prosa,

informativo, se veste de poema,

desprovido de poesia,

sem deixar, contudo, perder

o interesse da leitura,

até pela alta envergadura.

 

A recíproca é verdadeira:

o texto poético, figurativo, 

se veste, às vezes, de prosa,

sem perder interesse e beleza.

Questão de natureza, vestimenta,

roupagem, aparência, verticalidade,

ou grandeza.

 

Textos que se querem modernos,

de versos brancos ou menos alvos,

verticais na aparência,

mais se prestariam a se deitarem

na horizontal, sem mudanças

nas concordâncias, 

na essência de original.

 

Tome-se “José”, de Drummond:

“E agora, José? A festa acabou,...”

O que conta é graça,

em qualquer modalidade de Arte,

é a satisfação do eclético leitor,

que a repercute, a posterior.

 

Lembra-se Cesar, o Augusto:

Vim, vi, ouvi, comi, cheirei,

gostei ou não gostei.

Daí, falarem em Arte

produto de consumo,

seja na extensão ou no resumo.

Um comentário:

Teldo Fallieri disse...

Em tempos de metaverso, nada mais oportuno que a metalinguagem.