domingo, 7 de outubro de 2018

Nuvens esparsas (98)

O tempo nem tempo tem,
que, de disfarce em disfarce,
inexoravelmente passa,
por minha mente frágil,
pobre já, doente de padecer
de atividades prementes,
ou, tão somente expectante
do que ainda possa acontecer!

Que me resta, então, fazer,
até lá, senão esperá-lo passar,
atento ao tic-tac dos anos,
ao sotaque claro dos instantes,
que, de verdade, nem sinal dá
de idade rudimentar,
nem nítidas marcas de acertos,
enganos, desenganos, consertos?