terça-feira, 12 de junho de 2018

Nuvens Esparsas (92)


Tudo enxergo dual,
me locomovo, e me comovo
em duplicidades:

Há pertos, e longes,
desertos, e mares,
passos, e descompassos,
alegrias, e lágrimas,
contratempos, e sorte,
vigílias, e sono,
abundâncias, e carências,
reencontros, e saudades,
alertas, letargias, e rotinas,
novidades em quantidade.

Até os enamorados
se amam, e se duplicam,
em estreitas parcerias:

Sem barreiras, e controles,
medos, e covardias,
falta de tempos, e permanências,
dores sofríveis, e intensas,
esperas curtas, e longevas,
laços frágeis, e passageiros,
amor carente, e silêncio,
ânsias soltas, e envolventes,
desejos insaciáveis, e vidas insatisfeitas,
que vão e voltam, eternamente.