terça-feira, 28 de novembro de 2017

Nuvens esparsas (78)

Quase tudo, já existente,
está, ainda, oculto,
à espera de ser descoberto.

Pouca coisa, já desvelada,
é, do vulgo, desconhecida,
como também, menos cifrada.

Entanto, de modo diferente,
em cada canto, ou vertente,
cada gente é ente pensante.

Partes integrantes do infinito,
os seres mais insignificantes
são menores que glúon flutuante.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Nuvens Esparsas (77)

Homem bom tem de ser sempre bom,
bandidos têm, já, bondades valoradas.

De São Braz, exige-se mais,
De Barrabás, menos se exige.

A gente boa, pede-se sacrifícios,
a gente à toa, mais se perdoa,
por força de ofício.

Constância, parece, aborrece.
Na vida, de muita prece,
pecado sempre arrefece.

domingo, 19 de novembro de 2017

Nuvens Esparsas (76)

Tempos de viagens

Fim da tarde, passa o tempo,
como vagueia o olhar, devagar,  
os pensamentos sonolentos,
o céu de carneiros e lãs,
vestido de róseas barras,
nesgas de azuis distantes,
nuvens cinzas, espaços pedrentos,
prenúncio de chuvas ou ventos,
crepúsculo de traços rúbidos,
amálgama de cores múltiplas.

A alma lavada em pensares diversos,
flácidos de sol cadente, se esvaindo,
em viagem de circundado silêncio,
paisagens mornas, a galopes motorizados,
ruídos tênues na passagem dos flúidos,
a janela cerrada de cortinas entreabertas,
o ônibus a cumprir distâncias contadas,
motivadas por cadenciados movimentos,
como sóem, também, ser nossos pensares,
nessas referenciadas terras e ares.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Nuvens Esparsas (75)

Matizes capitais.

Incendiados flamboaiãs
iluminam-se de dias alegres,
em uma cidade-céu matizada,
envolta de questões terrenas...

As chamas dos coloridos delicados,
ora de flores encarnadas,
ora de atenuadas tonalidades,
numa cidade de céus ilimitados...

Entanto, chegará o tempo tormentoso
das longas espadas dependuradas
à cinta dos galhos esqueléticos,
desocupados de variadas cores,
numa cidade de ideias conflituadas...

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Nuvens esparsas (74)

Que consequência traz
se Deus é uma só pessoa,
se duas, três ou mais em um!

Basta ser bom e justo,
e pouco se importa saber
de nome que mais lhe ajuste!





Vida se encurta,
não se furta, porém,
a passar sem permissão.

Universo suficiente infinito,
não padece de mais cansaço,
para se viver em tantos espaços.





Sol chega mais cedo,
noite, ao fim da tarde,
sem barulho, sem alarde.

Não existisse medo,
de segredos que nos invade,
viver seria só liberdade!


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Nuvens Esparsas (73)

Vive-se, hoje, mais de mentiras.
A realidade parece sombras.
Na caverna, luz de fogueira recriada,
artificial, fictícia, mentirosa.

Lá fora, sol seria imagem verdadeira,
de maiores fontes luminosas,
de estrelas eternas, descomunais,
flutuantes no vazio, maternais.

As ideias continuam ideais,
imagens fora d´a gente,
do tamanho desses jatos de luzes,
também, assim, chamadas celestiais.