Portugal um tanto pedregoso,
onde se toma água de pedras,
sopa de pedras,
e se mora em casas escuras,
só de pedras.
Muros de pedras dos pastores
das portas de Montemuro,
das serras de Açur e da Estrela,
alturas de esfriar ideias
e cinturas.
Pedras de Piódão,
de lugares vestidos de pedras.
Tudo no duro de vidas duras,
de manifestas agruras,
dos tempos idos.
De mole mesmo, o sabor intenso
da manteiga dos queijos,
das águas dos rios e do oceano
imensos,
do coração português.