O artista costuma morar,
além de quaisquer mares,
ou fronteiras,
ou fronteiras,
acima de quaisquer ideológicas
fogueiras,
fogueiras,
no âmago de quaisquer línguas
ou culturas,
ou culturas,
no convívio com quaisquer magias,
as mais puras.
A arte extrapola limites
de pessoas e lugares,
de pessoas e lugares,
e paira nos ares sem sustentos
do além das esferas,
do além das esferas,
à espera de quem a queira colher
na árvore do bem,
na sabedoria do Éden.
na sabedoria do Éden.
A fruta a se comer se doa,
sem perícias,
sem perícias,
em parreiras, pereiras,
e mais eiras nem beiras,
e mais eiras nem beiras,
ao alcance de quaisquer
mãos de artistas,
mãos de artistas,
ávida de ser comida sem restrição,
culpa ou cobiça,
culpa ou cobiça,
como oferendas de quantas
delícias ocultas.
delícias ocultas.
∞
O que se espera, na poesia,
é o inesperado da ousadia,
a surpresa do imprevisto,
o incomum do desacostume,
a teimosia na fuga do déjà-vu,
o deixar de lado do lugar comum
em proveito do inusitado da fantasia
na cabeça do contemplado?
Então, mãos ao machado!
Então, mãos ao machado!