O planeta caminha para mais um fim,
quando o quase tudo será de uns,
e o quase nada, do discreto resto,
mera sobra à espera do que cai
de migalhas escassas das sobremesas,
da mesa farta dos gestos dos nababos
canalhas,
canalhas,
que acumulam riquezas até de limalhas,
para se alimentarem da pobreza,
e se locupletarem da miséria
dos sem dotes de nobreza.
∞
Por que a Terra não despenca do vazio,
e cai sobre nossas cabeças
de crianças sem consciência?
Por que o sol acende e não apaga
as labaredas de 100 quilômetros,
sem torrar-nos a paciência?
Por que a ciência não nos ajuda a fugir,
para onde não há mais lugar
de onde continuar a fuga?
Por que não se ensina à pulga,
animal esperto, a pular só o tanto certo
de seu tamanho tacanho?
Por que tantas perguntas sobre a vida,
se não se consegue satisfazer
nem o mínimo da vontade de saber?
Nenhum comentário:
Postar um comentário