quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pensares a conta-gotas (104)

(Impertinências),
Deus, ser perfeitíssimo,
o mais perfeito, na gramática,
dos que buscam a perfeição,
ou o eterno que nunca foi ou será,
o criador da Terra e do Firmamento,
onisciente, conforme os mais conscientes,
coadjutor dos atores desencorajados,
executores deficientes do já planejado?

A razão de ser dos seres terrenos
são os movimentos do muito querer,
e do pouco poder exceder
na direção do contínuo polimento,
já que estagnar é se acomodar,
conforme aos propalados mandamentos?

Entre quantos seres imperfeitos,
Deus é o ideal da justeza e da beleza,
do amor, e de tudo que é bom de verdade,
o sem defeito de todas as entidades,
o altíssimo definitivo de pureza,
com todo o direito, como referência,
a não mais ascender à essência do evoluir
rumo à inatingível satisfação
do existir e da excelência?

A busca do apuro jamais será total,
e Deus, o Ideal mais perfeito,
entre os menos perfeitos,
ainda buscaria por mais apurar,
insatisfeito de sua própria perfeição?

Os seres outros caminham eternamente
rumo ao ponto inacessível,
quase impossível da cosmovião,
porque  não totalmente perfeitos,
mas rarefeitos?

Caso pudessem, um dia, parar,
inexistiriam bondade
e empenho em ajudar
aos mais desenganosos,
no retardo do caminhar?

A plenitude não é virtude desse mundo,
nem de outros pluriversos paralelos,
porventura existentes.
Fosse assim, não sobrariam vontades,
ânimos tamanhos de progredir,
neste caldeirão de potencialidades ingentes.

Uns mais, outros menos,
todos os seres são insatisfeitos,
até o mais escorreito de todos os imperfeitos,
que por direito de não precisar recomeçar,
continuar e findar,
                   já é, já foi e será sem presumido defeito.

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