Se
o texto-poema não for escrito,
ou prescrito, ou compartilhado,
compreendido, destrinçado, dissecado,
dilacerado em
minúcias de funções,
como
se em mesa de anatomia verbal,
ou, então, ouvido, visualizado,
fotografado por
olhos curiosos,
carentes de momentos desejados,
ou,
mesmo, até decantado no rádio,
toca-discos,
pendrives, espotefais,
ou instrumentos já desinventados,
que
embalem os leitores-autores,
enlevados
numa música diáfana,
atirados
a paragens estelares eternas,
desses
pluriversos enigmáticos,
a
trilhões de trilhões de anos-luz daqui,
quem
sabe, em sonhos recriados,
embora sempre não
finalizados,
ou, tão só, fertilmente imaginados
à flor da pele e sensações inesperadas,
que
seria deste pobre coitado, Arlequim!