Mimi
Le
temps passe, eu
passo, passamos
por onde nascemos,
por onde andamos,
lá, onde tudo tinha
que ser.
Mimi conosco passa,
naturalmente,
como passam os
passarinhos,
da segunda à
terceira idade,
sans
perdre la majesté.
O tempo tranquilo
se mudou,
para o lado
esquerdo do peito,
onde a saudade deixa
devedores
le
numéro 2, Place Edmond Rostand,
le Quartier
Latin, la Sorbonne, le Boul´Miche,
les jardins du Luxembourg et alentours.
Não serão mais o
que já foram
os tempos atrasados.
Do térreo às
sobrelojas,
du premier
au second étage,
às vezes, até, ao quinto
andar,
(où la noblesse décadente
não encontrava guarida...
e definhava),
tudo era vida, vaivéns
de estudos,
vontades demais, naqueles
lugares de paz.
Nos anos setenta, em
Paris,
(toujours éblouissante),
a seiva subia e
descia escadarias,
num repente, de
correrias, afazeres,
du
rez-de-chaussée aux cheminées,
des
chambres de bonnes
aux
temps passés.
Hoje, a se ver de
longe, os olhos míopes,
a janela e seu balcon se quedam desertos,
parecem vazios, sem
vida e juventudes,
cheios de lembranças,
ferros e alvenarias.
(Mimi mudou-se,
para longe dali
dos jardins e das inquietudes
de
la Grande Ville.)
Pâtisseries,Terrasses
et Cafés
cercados, esperam reformas
de recém-chegados donos.
Ares se inspiram de
novos rumos,
diferentes rostos,
roupagens várias,
de
la mode et des nouveautés.
A alma, talvez, já
desgastada,
de energias passadas,
se vê desanimada.
Os tempos são outros,
também mudados.
Cependant, a neta do saudoso
visitante,
pleine de vie, se prépare déjà:
-Bonjour Mimi, ça va?
(à Madame Lajous – Mimi
para os íntimos)