sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Migalhas de mim (16)

De nós dois, três ou mais
transeuntes, de passagem,
quem haverá de saber
de nossas viagens incertas?

Quem seguirá primeiro,
quem sucederá depois,  
sem um pouco previsto,
ou um tudo resoluto?

Alguns deixarão saudades,
outros, só esquecimentos,
do momento da partida,
do antes ou empós do luto.

Para onde iremos,
passageiros solitários,
sabedores do destino,
dos instantes peregrinos?

Quem decidirá do percurso,
incurso em rápidas passadas
de caminhadas flutuantes?
Ninguém, com precisão, garante.

Multiplicados os pontos
de reticências ou interrogações,
de cruezas próprias da natureza,
sem prorrogação e referências.

Em tão vastos firmamentos,
por vagas e eternas estradas,  
a mente é confusa, os pés no chão,
cada um a seguir vias de solidão.

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