O texto é feito de alinhavos,
sem acabamentos definitivos,
embora estático, se resguardado,
queda-se à espera
de ilimitados reparos.
Os discursos nascem e renascem,
a cada lida e uso,
de entendimentos profusos.
A poesia é sempre idiossincrásica,
inerente à tessitura dos fiados no fuso,
dependente só de quem a sente,
como o êxtase de quem ouve música.
∞
O fazer literário
Como pretexto, o autor
escolhe a roupa necessária,
para vestir o texto.
O leitor julga a vestimenta,
e troca a indumentária,
do prazer que experimenta.
O tradutor fica indeciso, sem saber
que mais roupagem escolher,
que vestuário será o preferido
do futuro leitor, imaginário,
diante de tão sortido vestiário.