quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Pensares a conta-gotas (214)


O cerrado

A árvore cresce mirrada, de casca grossa,
por sobre terras e pedras duras,
e ramos e capins secos do cerrado,
de muita força e raízes tentáculos,
a abrirem gretas e frestas e mais vasos,  
para a água se infiltrar de pouco prazo.

As fontes nascem, os rios correm,
a chuva molha secos e já molhados,
os bichos se locomovem,
sem qualquer exposta ferida,
somente as gentes não se comovem,
e vão queimando mais vidas.  

O sol não esquenta o bastante
as consciências dos que morrerão,
ou vão nascendo nos apetites da ignorância,
e desconhecem o poder do fogo,
da água, dos ventos, dos elementos,
possuídos das demências e ganâncias. 




 
Mudam-se os rostos,
as fisionomias, os gostos.
Menos mudam pés-de-galinha,
rugas na linha do rosto,
da cara minha.
 



 







   

 
     

Nenhum comentário: