sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Isso e Aquilo dos Bichos (6)


O sapo

Era uma vez, numa festa de céu,
foi aquele rebuliço nos serviços,
um grande escarcéu, e, até, feitiços.
O sapo viera clandestino,
no violão do urubu Celestino,
quebrando, logo no início,
o inexorável tabu da criação. 

Mas o agourento guru esvoaçante
jurou vingança do viajante,
e dos altos dos brancos cúmulos,
tonitruante, ignorante do vexame,
não atilou com a devida atenção,
na hora agá da punição. 

Pela tamanha ousadia do terráqueo,
em querer ir a festas, de graça,
onde não era chamado,
o condutor cheio de regras e mágoa
ameaçou jogá-lo na água
que mais espirra e esgarça. 

Mais uma vez, o batráquio,
bem sabido, nas artes da malícia,
pediu que o jogasse na pedra,
que é mais dura, por merecida,
sabendo, de antemão, da solução,
porque a água seria a guarida,
a outra mais adequada opção. 

E foi como o fato se deu,
lá dos altos espaços do céu,  
para que continuasse o sapo
a trovejar de coaxos, mundo abaixo,
sem que chovesse em pedaços.

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