Estas cartas amarfanhadas,
amarradas em fios elásticos,
há muito não me pertencem.
Falam de amores, arrefecidos,
exalam-se de tempos plásticos.
Não as queimo, porque as autoras
muito as amei, e, mesmo, agora,
têm sabores e odores ressentidos,
de moradoras de gavetas reclusas,
de papeis e tintas ressequidos.