sábado, 23 de setembro de 2017

Nuvens Esparsas (71)

Nossos parcos conhecimentos
ninguém nos arrebata,
nem os trocamos por dinheiro.

Até quando seremos lembrados
por pecados passados,
de há muito perdoados?

Nossa visão de mundo, ânsias,
nossas perambulâncias,
nossos roteiros mal traçados!

O que os olhos enxergam
seriam apenas vultos introjetados
de caverna platônica interiorizada?

Tiramos conclusões de situações,
e o que o coração ama variado
não conserva, derrama, exaltado..

Observamos, atentos, territórios alheios,  
que andam cheios de bons resultados,
cimentados em sólidas verdades.

Mas só o que braços e mãos estreitam
faz-nos aferir o nosso atual currículo,
que, se rico, pode bem permanecer rasteiro.

domingo, 10 de setembro de 2017

Nuvens esparsas (70)

(“Les amis des mes amis sont mes amis”)

O inimigo de meus inimigos
é meu amigo,
pelo que me obrigo
ao infinito.

Em tudo existem dois lados,
o rumo certo,
e o prumo errado,
o lado oculto, e o revelado.

Se me julgam na direção errada,
e se achem na rota certa,
já penso
se confessarem errados.

Nesta vida de incertezas (e quantas!),
impossível saber do destino correto,
o alheio cabe
a cada um como veio.

De uma coisa, julgo-me estar certo:
acham-me no caminho mais concertado
os que não se professam
do lado errado...