quinta-feira, 23 de março de 2017

La vie

Poème à double sens  



Pour toute montée,
une descente.

On ne monte pas toujours,
ou l´on descend,
dans ce monde rond.

Pour tout moment heureux,
des moments de tristesse.

On ne se rejouit pas toujours,
ou l´on est triste,
dans cette vie dualiste.

Pour toute descente,
une montée.

On ne descend pas toujours,
ou l´on monte,
dans ce monde rond.

Pour tout moment malheureux,
des moments d´allegresse.

On n´est pas toujours triste,
ou l´on se réjouit,
dans la vie sans limites.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Nuvens esparsas (48)

Não dormia,
o mundo rodava.
Quando dormia,
pouco dormia,
pensava.

A cabeça carregava
sonhos, nostalgia,
muita fantasia,
que nem reprimir
podia.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Nuvens Esparsas (47)

(12/3/17 Com o passar dos tempos...)
(A um aniversariante, sempre vivo e pensante).

Antevistos dos dez, dos vinte, dos trinta,
os setentanos ainda estão longe de chegar.  
Mas, considerados de mais próximo alcance,
dos quarenta, dos cinquenta, dos sessenta,
ainda há muito tempo para se melhor pensar...

Imagine-se setentanos, revistos pelos de maioridade,
dos oitenta, dos noventa, dos já sem idade, em fim,
pensados dentro de um tempo persistente,
inexistente ou imaginado, artificialmente criado,
que extrapola filosofias e entendimentos...

Aniversários fazem pensar na vida,
com o passar dos tempos inexoráveis,
dos instantes, dos minutos, das horas,
dos anos a se sobrecarregarem de mais anos,
de experiências, de acertos e de enganos...

A vida..., são momentos inconstantes,
sensações de alegrias tamanhas,
sentimentos incertos, tensos ou tacanhos,  
pensares encontrados, desencontrados,
ou mesmo, menos afeitos a artimanhas...

A vida..., são nuvens passageiras movidas a ventos,
ora estratos e cirros, fatiados véus, coloridos,
ora cúmulos-nimbos, arminhos algodoados,
ou cinzas-escuros, carregados de águas,
se preparando para choverem mais vidas...

A vida..., são gentes caminhando,
umas correndo, brincando, pulando,
outras, apenas andando, a passos estreitos ou largos,
vagarosas ou apressadas, na largura dos ânimos,
já quase parando, ou, até, se mortificando...

A vida..., de única continua idade,
são energias se refazendo, se renovando,
porque tudo no mundo, no universo, é diverso,
e não para de perambulante vagar,
de nascer, e sempre mudar de lugar...

Aos setenta, a vontade é de mais viver, consciente-mente,
por mais sete, ou setenta vezes sete anos,
em quaisquer partes ou dimensões, que ora ainda se ignora,
a mente liberta, infinita-mente, se multiplicando,
pela idade eterna, evoluindo, etérea, por aí a fora...

quarta-feira, 8 de março de 2017

Nuvens Esparsas (46)

Relembranças

Noites caladas,
imensidões imaginadas,
avoenga fazenda,
às escuras de ideias.

A meu lado, o avô,
de vigília, na janela.
Faróis piscam ao longe
acendem e apagam a escuridão.

Inusitadas sensações,
fantasmagorizadas
luzes passam,
em céu imaginário.

Apesar da presença, o silêncio impera.
Como o tempo ligeiro,
as pessoas mutantes também transitam
por outras dimensões.

A estrada de Patrocínio,
dali, deixou de ser visitada,
fervilhante, agora, de movimentação
com luzes intermitentes, passageiras.

Clarões de carros, indo e vindo,
descendo e subindo, zunindo,
atropelam as ânsias de chegadas,
com mais presteza ao lar.

Mas, o sossego da noite,
de antigos apegos à vida
vão virando mais vidas
de infância revivida.

sábado, 4 de março de 2017

Nuvens Esparsas (45)

Não vejo hora
de refazer malas,
desfazer escoras,
ir-me embora.

Desatando fivelas,
velhas sacolas,
sem tretas ou trelas, 
sem argolas.

Abrindo portas
descerrando janelas,
libertando a cachola
de todas (c)elas.