sexta-feira, 10 de março de 2017

Nuvens Esparsas (47)

(12/3/17 Com o passar dos tempos...)
(A um aniversariante, sempre vivo e pensante).

Antevistos dos dez, dos vinte, dos trinta,
os setentanos ainda estão longe de chegar.  
Mas, considerados de mais próximo alcance,
dos quarenta, dos cinquenta, dos sessenta,
ainda há muito tempo para se melhor pensar...

Imagine-se setentanos, revistos pelos de maioridade,
dos oitenta, dos noventa, dos já sem idade, em fim,
pensados dentro de um tempo persistente,
inexistente ou imaginado, artificialmente criado,
que extrapola filosofias e entendimentos...

Aniversários fazem pensar na vida,
com o passar dos tempos inexoráveis,
dos instantes, dos minutos, das horas,
dos anos a se sobrecarregarem de mais anos,
de experiências, de acertos e de enganos...

A vida..., são momentos inconstantes,
sensações de alegrias tamanhas,
sentimentos incertos, tensos ou tacanhos,  
pensares encontrados, desencontrados,
ou mesmo, menos afeitos a artimanhas...

A vida..., são nuvens passageiras movidas a ventos,
ora estratos e cirros, fatiados véus, coloridos,
ora cúmulos-nimbos, arminhos algodoados,
ou cinzas-escuros, carregados de águas,
se preparando para choverem mais vidas...

A vida..., são gentes caminhando,
umas correndo, brincando, pulando,
outras, apenas andando, a passos estreitos ou largos,
vagarosas ou apressadas, na largura dos ânimos,
já quase parando, ou, até, se mortificando...

A vida..., de única continua idade,
são energias se refazendo, se renovando,
porque tudo no mundo, no universo, é diverso,
e não para de perambulante vagar,
de nascer, e sempre mudar de lugar...

Aos setenta, a vontade é de mais viver, consciente-mente,
por mais sete, ou setenta vezes sete anos,
em quaisquer partes ou dimensões, que ora ainda se ignora,
a mente liberta, infinita-mente, se multiplicando,
pela idade eterna, evoluindo, etérea, por aí a fora...

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