sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Nuvens Esparsas (26)

Sou um cidadão qualquer,
como qualquer outro cidadão,
e mereço, como outro qualquer,   
respeito e atenção de quem puder.

Não ocupo lugar qualquer de desvalido,
no andar vagaroso da procissão,
resguardadas as regras da caminhada,
sem exceção.

A palavra, minha arma, de calibre considerado.
Meu direito, meu peito inflado, de coração avantajado.
Minha vantagem, a coragem em requerer minha parte
nos preceitos da nação.

Peço, então, passagem,
que não costumo abrir mão de linguagem,
valiosa paga que me advém
como prova de boa linhagem, como convém.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Nuvens Esparsas (25)

Sinto, sou do vento,
meu pensar vem no ar
em movimentos.

Cato vento, sorvo alento,
no intento de agitar
com menor sofrimento.

Não contenho o tempo,
bastam-me momentos
para vagar turbulento.

Desejos passam de passagem,
para voltarem ao azul do céu,
às nuvens alvas do firmamento.

Esparsam-se os trovões,
a me conduzirem ao livramento
de tensões em excitamentos.

Meus rompantes vêm de dentro,
lufados redemoinhos barulhentos
a ajuntar ciscos de graça,
no centro revolto da praça.