domingo, 27 de fevereiro de 2022

 

Estas cartas amarfanhadas,

amarradas em fios elásticos,

há muito não me pertencem.

Falam de amores, arrefecidos,

exalam-se de tempos plásticos.

 

Não as queimo, porque as autoras

muito as amei, e, mesmo, agora,

têm sabores e odores ressentidos,

de moradoras de gavetas reclusas,

de papeis e tintas ressequidos.

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