O
velho murcha,
em
chão duro, a sol quente,
inelutavelmente,
como
laranja chupada no pé,
bagaço,
maracujá maduro.
A
idade desfigura os dias,
carcome,
impiedosamente
o
corpo, há muito monumento,
a
cabeça diminuída, esquecida,
as
carnes do rosto macilento,
os
olhos embaçados, fundos,
o
nariz afilado, dependurado,
as
orelhas de abas amareladas,
no
vozerio do vento.
A
boca fendida, de poucos dentes,
o
queixo descaído, alongado,
o
pescoço preso de barbelas e tiras,
o
tórax arqueado de mirar o chão,
o
peito seco, de fora e de dentro,
pernas,
pés e mãos dominados,
braços
sem ânimos e forças,
para
apertos de esforços e abraços.
O
centro de tudo desanima,
fica
mudo.
Só
o tempo permanece
intocado,
como
sempre foi e será,
indiferente
a tudo.
(Assim
diz o velho,
demasiado
lasso:
“quando
não é uma coisa,
é
outra” que rezo,
ladainhas
de cansaços.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário