domingo, 14 de abril de 2019

Migalhas de mim (4)

Quantas cascas vou largando
por terrenos baldios, esparsos,
por onde passo,
ora agitado, ora sereno,
costeando existências várias,
eterno alieno?

Tantas quantas, talvez,
de minhas infinitas moradas
me permito paragens
mais ou menos curtas,
menos ou mais longas
discrepâncias tais.

Agrada-me pensar
em diferentes amanhãs
a que me conduz o tempo,
de quantos percalços e achados
que vou recolhendo,
no afã dessas viagens.

Esta agora, por exemplo,
mais uma nova experiência
de luta, de voragem, de vida,
nessa visão absoluta de referências,
de insistentes entradas,
vistos permanentes e saídas.

Não deverei ter sido, até aqui,
tão cordato, ou mesmo ingrato,
no deslizar-me de peles e ossos,
por esses vales e precipícios,
à procura de infinitos convívios,
largura de espaços!

Sempre peço que me retire
dos braços, essa insignificância,
que me soa como pena,
mas que me redime de fadigas,
de culpas, castigos determinados
por força total, sidérea ou terrena.

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