domingo, 11 de dezembro de 2022

Migalhas de mim (119)

 

Se o texto-poema não for escrito, 

ou prescrito, ou compartilhado, 

compreendido, destrinçado, dissecado, 

dilacerado em minúcias de funções,

como se em mesa de anatomia verbal,

ou, então, ouvido, visualizado, 

fotografado por olhos curiosos,  

carentes de momentos desejados,

ou, mesmo, até decantado no rádio,

toca-discos, pendrives, espotefais,

ou instrumentos já desinventados,

que embalem os leitores-autores,

enlevados numa música diáfana, 

atirados a paragens estelares eternas,

desses pluriversos enigmáticos,

a trilhões de trilhões de anos-luz daqui,

quem sabe, em sonhos recriados,

embora sempre não finalizados, 

ou, tão só, fertilmente imaginados 

à flor da pele e sensações inesperadas,

que seria deste pobre coitado, Arlequim!


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