quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Cantos e des(encantos) 1

(Abro gavetas, busco guardados do passado. Assim, estes textos que ora dou a conhecer aos meus amigos, fiéis leitores, que, caso tivessem sido publicados em livro, trariam o nome de "Cantos e des(encantos)". Vou entremeando textos dos tempos, uns de antes de ontem, outros de ontem, e alguns de hoje, ainda frescos, que me permito, ou o blog me permite, ir modificando a cada leitura, pois que nunca ficam prontos, de vez, definitivos. Os leitores é que normalmente modicam, à sua maneira, o texto, a cada leitura. O autor, também, é co-autor, leitor de si mesmo, mesmo torcendo o nariz, e achando que tudo poderia ser diferente, descontente por natureza e dever de ofício. Assim sendo, vou tecendo meus conflitos e cutucando meus leitores, pois que, segundo Lin Yutang, em "L´importance de vivre", "Un écrivain, après tout, désire être lu".)



Recado


Poeta,

revela o simples,

simplesmente.

Não vede o belo ao homem comum.

Poesia sugere ambivalente linguagem

"condensada até o máximo grau possível".

Insinua, sintetiza, poetisa.

Imagens sutis não a afasta do vulgo.

Lamartine:"La poésie va se faire peuple".

Pound: "Literatura: novidade que permanece novidade".

Proclama como valor o novo

Com simplicidade

e ... nova mente

para o povo!


            

 


Dos sonhos, Musa, amiga da noite,

permita-me também rabiscar meus desencantos

sonhar meus diversos mundos

desvendar a tempo meus segredos

enquanto a luz do dia e da certeza

adormecidas nas árvores e prédios

destas frias quadras de Brasília

não afugente minhas lembranças!

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