sexta-feira, 29 de julho de 2011

Pensares a conta-gotas (23)

O poema chega repentino,
Como ladrão ou bailarino,
Tal qual pelo destino guiado,
Que não escolhe tom, tese
Do autor, ou mesmo tino.

Não nasce do forte desejo,
Como no insaciável beijo,
Mas de ato interior e maior,
Impregnado de luz ou dor,
Ou de tanto mais amor.



De que adianta
Reconhecer póstumo,
Se o que passou, passou,
E só desgosto deixou
No exercer do posto?


Amargura:
Uso difuso
De dura fatura
Do eu inconcluso.

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