O tango mora na roça
Mazurca na derrubada
Nem a Candinha doida
Dança a valsa pulada.
(Das lembranças de D. Mariquinha)
O que os olhos vêem,
e os ouvidos ouvem,
e o olfato pressente,
e as mãos apalpam,
e o paladar degusta,
a boca não conseguirá contar,
nem as próprias pernas
jamais saberão desandar.∞
Não costumo carregar dinheiro
Nos desvãos das algibeiras.
Carrego, sim , pelo corpo inteiro ,
Um roteiro de caminhar a esmo
Mesmo que só dentro de mim mesmo .
No varejo, meus bens guardados.
Como caixeiro, sem paradeiro,
Tenho muito ar puro que respirar
∞
Difícil saber, na situação,
No viver da solidão,
Se o sábio , se eu ou se você
Lá encima do moirão.
Um comentário:
Que lindo, pai! Gostei muito da reflexão sobre a memória dos sentidos... Interessante, esses dias meu desodorante me levou de volta a China sem eu sequer saber explicar isso para mim ou trazer o retrato dos lugares a minha memória.
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