Das lonjuras as mais longe, do páramo etéreo,
minha figura mais parece
ponto perdido no mundo
dos espaços, das alturas rotundo;
dois pontos lembrando meus olhos
como que acesos no escuro profundo;
meus ouvidos, aspas de atenção aflita;
minhas narinas, tremas de tremuras;
meu coração, travessão de rachaduras;
minha alma, vírgula na textura infinita;
minha presença, complexa, acento circunflexo;
minha coragem, ponto de exclamação suspenso;
minha mente, ponto de interrogação imenso;
minhas pernas, colchetes de arqueadas dúvidas;
meus braços, parênteses que abrem e fecham abraços;
minhas mãos, pontos-e-vírgulas ou reticências;
meus atos, meu tudo, meus acentos agudos;
minha vontade, acento grave de pensares tácitos,
a se acentuarem, pelo corpo inteiro, dia/gramáticos.∞
O que sobra dessa vã vaidade,
Desses tão poucos anos vividos,
O mais das vezes distraídos,
Nesta nau de insensatos, foragidos?
A tênue esperança de renascenças,
Em outra qualquer parte das galáxias,
Por mais distantes ou infinitas,
Sem reminiscências e sem datas
De acumuladas experiências,
Mesmo que de autodidatas?
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