quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pensares a conta-gotas (64)

(Fatalidade) 

muito, o branco domina
O cinza dos meus cabelos.
muito, o escuro se esconde
No branco da minha barba.
muito, a sombra não pode
Com o branco do meu bigode.

tempos, o lusco-fusco não acorda,
No recôndito dos meus “et cetera”.
Ainda, agora, um pálido fulgor apaga
O vermelho do meu rosto.

Pobre de mim!
Que pouco ou nada enrubesço,
Diante destas furtivas horas,
Como coisa que, nem um tanto mais,
Me reconheço!




Às vezes, escuto um blues
Que me eleva e reduz
A mais cinzas
Ou a mais centelhas
De luz.




A gente pensa
e medita.  
Às vezes, grita
Com desagrado.

E conclui, do enfado:
Mais se pensa,
Menos se avança,
Mais se agita,
Menos se apressa,
Presos na prensa,
Que nesse recanto
Sempre nos habita.

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