terça-feira, 10 de julho de 2012

Pensarres a conta-gotas (121)

Leio o poema, releio,
abandono autor e livro,
passo a outros convívios,
para mais reler
e pensar de permeio.

Vivo de pedaços e cotas,
visito, volto e transito,
insisto em pesar requisitos,
medito,
mesmo que só a conta-gotas.




Ouvir poesia parece coisa chata!
“Ora, direis, ouvir estrelas!
Por certo, perdeste o senso”.
Ler poesia parece coisa ingrata!
“Quem lê tantas notícias?”
Será  que a impaciência mata?

Para não se sentir condenado
A se tornar seu próprio ouvinte,
Lê para ser, mesmo que só de pedinte,
Lembrado dos que ainda se disponham
A enxergar nele mero esteta,
Quiçá, pretenso poeta!




As invenções de poetas
são coisas do fundo profundo
de insaciáveis ascetas, exegetas,
que bem poderiam livrar o mundo
de iracundos falsos profetas!

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