domingo, 8 de julho de 2012

Pensares a conta-gotas (120)

Acontece-me pensar,
sem nenhum desfavor,
atrevimento ou disfarce,
que ainda tenho a dizer
algo de algum valor
que não me fira e esgarce.




Se é para tecer textos de imagens irreais,
urdir de coragem as metalinguagens,
que venha, nos fios do fuso,
melhor calor do amor.

Se é para compor cores no crivo do bordado,
unir os fios gestados nos caminhos,
que venha no labirinto da textura,
linho, lã e criatura.

Se é para me calar no recôndito de mim,
utilizar a liberdade das palavras afins,
nos desafios das lavras úmidas, caladas,
que venham as muitas falas das leituras,
com mais riscos, menos rasuras.

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