segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pensares a conta-gotas (123)

Recuso-me a ser apenas
pó de esterco ao vento,
como se minha poeira fosse
só alimento
de plantas rasteiras.

Afaste-se essa dose
de dúvidas imensas,
de existências terrenas,
marcianas, alienígenas,
distantes, frias e vazias.

A energia, que, ainda,
em mim habita e anima,
é minha alma
de insaciáveis vontades
de sobreviver à cal...ma.




Quando morrer,
não quero ouvir de ninguém
que fui tudo aquilo,
que menos fui,
em vida.

Todos sabem,
mas não falam,
que não farei falta,
nas fileiras de rodas,
da vida.

Quem mais saberá
o que serei,
senão eu que, ali, inerte,
a tudo, em volta,
só, ouvirei?

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