sábado, 21 de julho de 2012

Pensares a conta-gotas (124)

O que se busca é adiar o apocalipse,
impedir a derradeira hecatombe,
desfazer a fatalidade do fim do mundo.

A insanidade, a injustiça, a catástrofe,
a  natureza egoísta do homem,
são bichos-homem comendo homens.

O planeta Terra em breve será Marte,
inerte e frio, sem alma,
sem brilho, sem arte.

O sol, supernova,
a se apagar estéril,
sem cor.

A galáxia, farmácia,
de poucos remédios,
para o tédio.

O universo se desdobrará,
indo ao fim, vindo ao começo,
sem endereço.

O homem, infimamente, se extinguirá,
por falta de luz, como vela ao vento,
na frieza do cimento.



Insignificância, mesmo,
é olharmos para o céu,
em noite de distâncias,
e, suavemente, sumirmos
nos labirintos do cosmos,
no imo de nós mesmos.

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