quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pensares a conta-gotas (37)

A casca, dia após dia, mais alvejada,
O miolo, ainda, assaz vermelho,
O coração vibrante, a alma aliviada.

Os braços fiáveis, as pernas fortes,
O corpo-esteio, abrandado no espelho,
A fatal/idade, investida a qualquer meio.

O exemplo, a viva sucupira branca,
De aparência alva, o cerne rubro,
Do cerrado ralo, ou do mato denso.

De verdade, o lenho, a vontade, o senso,
A força, ainda que sem igual engenho,
São graças, mais do que real desempenho. 


Abdiquei-me das sensatas idéias,
Dos conselhos, dados de graça,
Que julguei eficazes, por herança,
Capazes de imutáveis mudanças.

Os tempos não mais concedem
Dividir pensares por conta da idade,
Carregados dos humanos preceitos,
E das cãs, como prova de verdades.

Doravante, o mundo investe nas máquinas,
Frias, de intolerâncias e mais teimosias,
Revisando, estonteantes, os conceitos
De antigas e comprovadas teorias.

Definitivos, os apertos nos teclados,
Com evidentes e nefastos resultados.
Provisórios, os acertos dos diálogos,
E as justas paridades nos decálogos.

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