sábado, 3 de setembro de 2011

Pensares a conta-gotas (32)

Deixemo-las viver em paz,
ao abrigo das intempéries,
as corujinhas buraqueiras,
desses repúblicos terrenos,
e seus filhotes ingênuos,
ainda sem aprenderem direito
a comer os insetos corretos,
que não os besouros rola-bostas,
que se alimentam dos ovos
da nefasta mosca dos chifres,
nos excrementos fumegantes
dos ruminantes agradecidos
pelas picadas reduzidas
nos pescoços de couro duro
e demais partes carnudas,
dos rabos às adjacências mais pobres,
como ensina a sábia ciência dos homens,
que, também, lhes devem graças,
como, aliás, todos os seres passantes,
desamparados ou favorecidos entes,
pela existência já quase impossível
sobre este planetinha nadinha,
de muita merda, de miolo mole,
que poucos viventes rolam e engolem,
levado às moscas das circunstâncias,
carente de mais salvadores
que delas o protejam,
mesmo que voem ou rastejem,
e o conduzam na exata direção,
para onde segue o sol da purificação,
e os todos outros astros além,
irmãos das galáxias eternas,
e que, assim, seja, amém!

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