quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Pensares a conta-gotas (266)


Haicais fingidos 16 

A dor só dói
no paciente doente,
dono do dente. 

 

Ó! inconsciência infeliz!
O injusto juiz
é improvidente! 

 

O instante se esvai,
aprisiona-se mundos paralelos,
em fingidos haicais. 

 

Quando se queimar o sol,
no céu, nem uma nesga de azul
escapará do breu. 

 

Tudo se apaga,
somente a consciência
se propaga. 

 

Sem alma, sem passatempo,
prédios se amontoam na janela,
não se desmorona o tédio. 

 

Fogo, terra, água, vento,
contos contados da alma.
Vida desafia o progresso. 

 

De espaço e tempo,
aflito, me perco,
neste cerco infinito. 

 

Medo de esquecer,
o passado me atormenta,
o que adiantam lembranças? 

 

Há os que procuram o melhor,
outros, o menos ruim,
neste mundo chinfrim. 

 

Por que brigarmos,
se nem sabemos a razão
da discussão! 

 

De que lado o certo,
nesta contenda incerta?
Há nuvens brancas no azul.  

 

O céu não tem limites,
o tempo inexiste,
em que desencanto fico ?

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