Antes, assoviava aos passarinhos,
livre das jaulas, bem baixinho,
até nas salas de aulas,
distraído com carinho e alma.
Hoje, ainda, os imito, devagarinho,
pelos cantos, tocado de desejos,
assoviando, como andejo, reprimido,
por me sentir sozinho.
∞
Bichos não inovam
no seu conviver diário.
Coerentes, autossuficientes,
são isentos,
quando matam e comem,
por missão de berçário.
Homens não são solidários,
inovam, inventam,
matam e somem,
sem comiseração,
com quem reprova
seu ideário sanguinário.
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