quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pensares a conta-gotas (256)


Haicais fingidos 12 

No andar a pé,
ideias não se cansam
de vagar. 

 

Pernas fatigadas,
devaneios, sem freios,
desandam a passeios. 

 

Adrenalina exsuda medo,
vai à cabeça, perde a razão,
e se esvai no etéreo. 

 

Tintas projetadas,
o quadro se cria,
à revelia dos pincéis. 

 

Desconfie da memória,
que não guarda mais
os anais da história. 

 

O sexo se arrefece,
soçobra o ânimo,
uma luz se apaga. 

 

Depois das festas,
de novo a casa.
Solidária, a solidão! 

 

Vidas sem calendários,
os dias sem contas,
são aniversários.  


Célere, cai a tarde,
o fulgor se esvai.
À noite, o silêncio! 

 

Pianista não carrega piano.
Das teclas vai retirando
a ligeireza dos anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Me identifiquei com vários trechos dos seus pensares; provavelmente em função do meu atual momento.
Parabéns!
Romildo