Haicais fingidos 12
No andar a pé,
ideias não se cansam
de vagar.
∞
Pernas fatigadas,
devaneios, sem freios,
desandam a passeios.
∞
Adrenalina exsuda medo,
vai à cabeça, perde a razão,
e se esvai no etéreo.
∞
Tintas projetadas,
o quadro se cria,
à revelia dos pincéis.
∞
Desconfie da memória,
que não guarda mais
os anais da história.
∞
O sexo se arrefece,
soçobra o ânimo,
uma luz se apaga.
∞
Depois das festas,
de novo a casa.
Solidária, a solidão!
∞
Vidas sem calendários,
os dias sem contas,
são aniversários.
∞
Célere, cai a tarde,
o fulgor se esvai.
À noite, o silêncio!
∞
Pianista não carrega piano.
Das teclas vai retirando
a ligeireza dos anos.
Um comentário:
Me identifiquei com vários trechos dos seus pensares; provavelmente em função do meu atual momento.
Parabéns!
Romildo
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