quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Pensares a conta-gotas (260)


Não se pode conceber, nesta vida,
o que está reservado,
após a derradeira partida. 

Há quem afirme nada acreditar
em transcendência do ausente,
outros, já, ciliciam-se por ignorar
a imanência do evidente. 

Mas, o que advirá, ou não,
da conclusão, é o frio imenso,
a cobrir corpos, dados ao chão. 


Os santos da verdade,
os incompreendidos atores,
do palco das dores,
só serão benditos,
se entronizados, com louvores,
nos altares do outro lado. 

Deles, nem a história costuma se lembrar,
muito menos, os absolverá, desta lida,
de miúdos e supostos pecados,
com os rigores indevidos,
por ser, a balança humana,
pouco ou nunca aferida.

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