terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Pensares a conta-gotas (259)


Quando não se sabe o que fazer,
e nenhum outro mister satisfaz,
comprova-se, então, estar devedor
do que não se conhecia capaz,
que não fosse apreendido de cor. 


Viagens

O tempo ora demora, ora passa depressa,
como raio e trovão na tempestade.
Quanto mais apressado, mais depressa passa,
e se anda devagar, mais se faz esperar. 

Passar pelo mundo, um passear de instantes,
aqui, acolá, experimentar-se sortimentos,
de nula munição, guerras e contendas,
e comprovadas e já listadas encomendas. 

Pessoas, viajam juntas, fazem o mesmo trajeto,
cada uma a seu jeito e ritmo, ditados em próprio projeto,
em cumprimento de buscados desfechos,
no confronto de íntimos conflitos previstos.  

As viagens, sempre ligeiras, são nuvens passageiras,
e limitam pesares nos desvãos das estradas,
nem permitem indagar das próximas paragens,
para suprimentos de mais peregrinagens.

Enquanto isso, o tempo,
que nem é tempo,
passa depressa e devagar,
sem qualquer interstício entre ir e voltar.

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