sábado, 18 de janeiro de 2014

Pensares a conta-gotas (264)


O que escrevo, será?
o contrário do que penso,
do que costumo dizer
ou sonhar? 

Ou somente soo dissonante,
desavisado do que me brota,
em vão de peito,
de desvãos sem fundo? 

Serão, acaso, semitons,
notas breves e graves,
como quando ronquejo,
em sono profundo?
 

 

No escuro da noite,
o ser humano se esquiva,
não se enxerga,
corre a se esconder
atrás do muro. 

Durante o dia,
a luz ofusca-lhe a vista,
de limitado brilho,
e, ocorre, balbucia
alguma poesia.

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