sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Pensares a conta-gotas (136)

Língua, línguas minhas,
consoantes, vogais e mais
límpidos timbres e tons,
sonoridades misturadas,
almas portuguesas, medievais,
greco-latinas, Américas,
índios, Índias, Áfricas, bantos,
tupis, guaranis, tapuias,
tamoios, tupiniquins, carajás
ignotas, vivas nheengatus,
povos, óvulos, ovos oriundos
de variados mundos.

Raças não adversas
de diversas graças,
que por aqui aportaram
ou aportam e quedam,
e exportam valores,
amores , sem cores,
compressas,
e mais calorosas conversas.

Língua de astros, de esses e sisos,
ósculos, e fusos, usos de risos,
de texturas e culturas,
que aos ouvidos agradem,
de retratos, de almas e asas,
corações,
razões de mais misturas.
 
Na fala dos amantes
do belo e dos elos,
do lápis, do ouvido singelo,
mudem-se as incongruências
de sons já corroídos,
de cidades, pontes, ruas e rios
e os demais acidentes geográficos,
por correspondentes sons indígenas,
bem mais puros, doces, próprios,
bem mais reais e musicais,
imparciais nos colóquios.

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