sábado, 24 de dezembro de 2011

Pensares a conta-gotas (56)

Arrepender-me do que não fiz
É defeito grave de raiz.
Do pé da planta à ponta dos galhos,
Subo minha seiva de orvalhos,
Sem dar-me por satisfeito,
Com o resultado dos retalhos.

Do quase nenhum efeito,
No que sempre busco creditar,
Nesse leva-e-traz de preceitos,
De faz-de-contas e fracos conceitos,
Sou, em chafariz de feiticeiro,
Aprendiz de grandes aguaceiros.


Os negócios sempre contiveram,
para muitos, as perdas,
e os ganhos para poucos,
os contendores, sócios loucos.

Enormes os danos e temores,
grandes as rendas,
tamanhos os prejuízos,
pequenos os rigores.

Tacanhas as regras,
não menores as tréguas,
as dívidas, sem réguas
e nenhuns os valores.




Queremos nos abrir em leques de acordes,
como nos cantos dos franzinos passarinhos,
ou  no leve ressonar das crianças no ninho,
longe dos resmungos dos velhos desatentos.
Mas, no buscar repassar os tempos sem tempo,
achamos longo o caminho de esquecimentos

2 comentários:

Anônimo disse...

Joaquim, realmente a grande maioria se arrepende do que não fez. Remoer-se de tal fato está explícito nas entrelinhas de seu poema. Lê-lo foi um grande encontro com minha personalidade e minha luta para aceitar os "Enormes danos e temores [...] Tamanhos os prejuízos" de minha vida!
Bom trabalho!

Anônimo disse...

Oi Joaquim, aproveitando o espaço, desejo que seu Natal e de toda a família tenha sido de muita pza e que o Ano Novo os cubram de amor, dinheiro, saúde e prosperidade. A você em especial, que Deus continue inspirando-o como até agora.
Beijinhos,
Rosa