sábado, 17 de dezembro de 2011

Pensares a conta-gotas (52)

Noturno em Brasilia

A madrugada silencia as ruas,
aqui inexistentes e nuas.
A alma fria se consulta
num diálogo de orvalho e pranto
que nunca aporta onde gostaria.

Um sonhador não tem proibido,
nem compromisso definido com a dor.
Deixa-se levar em aventuras sonhadas,
sem preconceitos ou normas
criadas à revelia de si.

Solitário, a esmo, caminha,
sem traçar o rumo.
Desconhece o tempo,
desvia-se da estrada,
e... tropeça na velocidade planejada.

Um dia, as fibras cedem,
o ânimo esfria, o corpo arria...
soçobra à triste sina do fim.
Adormece na Cidade veloz
que, firme e forte, ignora sua voz.

Nenhum comentário: