Antes rezei, em longas horas,
Muito mais da boca para fora
Oro, agora, do fundo d´alma
Em breves segundos de calma
Penso encontrar suporte
Na prece que sempre me aflora
De bem viver, sem mais demora.
∞
Ó, Senhora nossa Aparecida,
Santa negra nossa, negra santa,
No rio de lamas naufragada,
Desnuda das águas e ramas,
Em farto manto revestida,
De aparências de pouca vista,
De mais vestes, de menos vida,
Proteja-nos das forjadas falácias,
Que nos invadem de todos os lados,
E nos assustam de todos os cantos,
E nos ameaçam de tantas normas,
Mais céticos, menos santos, de jeitos
Mais cheios de ornatos e de formas,
Que de encantos e reais efeitos.
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