terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pensares a conta-gotas (54)

Eles olham, e fazem de conta que não vêem.
Se vêem, fingem que não enxergam.
Escutam, e juram que não ouvem.
Se ouvem, fingem que não percebem.
Sabem, e afirmam que nada conhecem.
Se conhecem, dizem que não lembram,
Para simularem que se esquecem.

Cúmplices, inventam que não são.
Se matam, fazem-se de vítimas.
Violentos, se arvoram da verdade,
Do privilégio, do direito e da isenção.
E metem medo para calarem a razão.

Os outros, somos apenas os outros,  
Que inventamos que nada sofremos,
Já que os motivos do mais poderoso
Passam a ser os mais respeitosos,
Com negativas dos crimes dolosos.




Conhecer o universo
Será viajar o momento,
Na pressa
Do pensamento?

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