O perigo demora,
do lado de fora,
em frente;
arranha nas costas,
tal dente
de serpente;
esbarra nos cantos,
ancas, quartos
e adjacentes;
pesa do alto,
de lustres
pingentes;
empurra de baixo,
gêiser, no gelo,
bem quente;
aperta dos lados,
qual cinto
de couro premente.
Fica-se, assim, à mercê
das pressões variadas
das esferas,
imperantes,
neste espaço pesado
de ingente atmosfera.
Do alto, qual estalactites,
dos lados, labirintites,
de baixo, estalagmites,
acidentes a que nada resiste.
São coisas do fado,
as cavernas internas,
estreitas,
cercadas.
A água correrá, ainda,
enquanto perdurar o juízo
dos homens sensatos,
inteligentes, cordatos.
Depois, seremos transumanos,
desertificados de bom senso,
reduzidos a gases de estrelas,
transladados para outros sóis
onde pudermos nos afirmar,
com pés de cabras e anzóis.
Lá, certamente, existiremos,
sem mais ganâncias,
com garantias de vida,
ar e água em abundância.
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