sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pensares a conta-gotas (160)


O perigo demora,
do lado de fora,
em frente; 

arranha nas costas,
tal dente
de serpente; 

esbarra nos cantos,
ancas, quartos
e adjacentes; 

pesa do alto,
de lustres
pingentes; 

empurra de baixo,
gêiser, no gelo,
bem quente; 

aperta dos lados,
qual cinto
de couro premente. 

Fica-se, assim, à mercê
das pressões variadas
das esferas,
imperantes,
neste espaço pesado
de ingente atmosfera. 

Do alto, qual estalactites,
dos lados, labirintites,
de baixo, estalagmites,
acidentes a que nada resiste. 

São coisas do fado,
as cavernas internas,
estreitas,
cercadas.

 


A água correrá, ainda,
enquanto perdurar o juízo
dos homens sensatos,
inteligentes, cordatos.

Depois, seremos transumanos,
desertificados de bom senso,
reduzidos a gases de estrelas,
transladados para outros sóis
onde pudermos nos afirmar,
com pés de cabras e anzóis.

Lá, certamente, existiremos,
sem mais ganâncias,
com garantias de vida,
ar e água em abundância.

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